Umbandista garante que não há sacrifício animal nos rituais da religião | ||||||
A denúncia de que um cabrito vivo teria tido as patas decepadas durante um ritual na Vila Gaúcha, na noite do último domingo, ainda motiva debate na comunidade. | ||||||
Ontem, o diretor de um centro de umbanda de Bagé compareceu até o Jornal MINUANO para esclarecer a situação. Conforme o líder há muito tempo os ritos que envolviam animais foram substituídos por trabalhos com ervas. O umbandista Veraldo Lima de Souza é o diretor do Centro Nova Era e coordenador de Cultura e Comunicação da Associação Espiritualista de Umbanda de Bagé. "A umbanda não faz sacrifício animal e não trabalha com sangue. Por muitas vezes temos nossa imagem deturpada, mas eu desconheço essa casa, bem como o tipo de culto ou seita praticada", disse. Conforme Souza, a AEUB trabalha para esclarecer e normatizar os ritos da religião no município e disse que a casa não deve ser filiada à associação. "Desconheço sacrifícios com crueldade, em alguns rituais que não são de umbanda, a faca, inclusive, deve estar bem afiada para que não cause dor ao animal. Somos solidários ao Núcleo de Proteção aos Animais, pelo tipo de oferenda, da maneira que foi descrita, trata-se de uma seita bárbara, que nunca será religião", afirma. Sobre as cerimônias que envolvem animais, Souza cita o candomblé, conhecido popularmente como batuque na região Sul, aonde há a preocupação em realizar o rito sem causar dor. "Abolimos da umbanda o sacrifício animal há diversos anos, desde então, tudo é feito com ervas. Isso contraria os princípios e regras da religião, e também o bom senso do praticante", garante. Projeto de Lei O diretor de umbanda entende que o caminho para o esclarecimento é a criação de um Projeto de Lei que proíba as cerimônias que envolvam o sacrifício animal. Conforme Souza, o município de São Paulo já possui legislação específica e ele torce para que a regulamentação se estenda para todo o país. "É uma prática que deturpa a religião, prejudica o meio ambiente e também agride os moradores que passam a ficar com medo de que o trabalho se volte para si", entende. O Núcleo Bageense de Proteção aos Animais (NBPA) também esclarece que não é contra a realização de cultos e ritos que envolvam oferendas animais, visto que, a prática por religiões africanas é amparada por lei. No entanto, se manifesta contrário à tortura e mutilação de animais ainda em vida para qualquer finalidade. Nação Jeje Ijexá se responsabiliza por culto *** No fim da tarde de ontem, o babalorixá do culto afro Nação Jeje Ijexá, Rogério Crepaldi, entrou em contato com a reportagem do Jornal MINUANO a fim de explicar a polêmica acerca do sacrifício do cabrito. Conforme Crepaldi, o ritual envolveu o sacrifício de um cabrito e duas cabritas. "Trata-se de uma obrigação religiosa que fiz para um filho de religião. Não houve nenhum tipo de mutilação aos animais, eu não ia oferecer ao meu orixá um animal mutilado ou judiado", explica. O babalorixá disse também que os animais foram sacrificados dentro da residência, em frente ao quadro de santo e em seguida foram removidos para os fundos onde foi dado sequência ao rito. No local, foi retirado o couro dos animais para a confecção de tambores e de parte dos órgãos para oferecimento aos orixás. No sábado, o ritual será finalizado e o churrasco da carne dos cabritos será oferecido ao público que frequenta a casa. |
link da reportagem http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=67988
A o meu ver Acho que o senhor Veraldo deveria medir melhor a suas palavras nos meios de comunicação e primeiramente antes de sair falando pela associação deveria averiguar o os fatos eu pessoalmente não sei o que de fato aconteceu, mas acredito que no meio dessa polemica também tenha um pouco de preconceito da parte de pessoas que são de religiões protestantes. E acho que como todo bom religioso o senhor veraldo não deveria ter tanto preconceito com os irmãos de matriz africana; e só para informá-lo toda manifestação religiosa que não for católica no Brasil e considerada seita então senhor veraldo a sua umbanda também e uma seita. E claro que se este animal foi cruelmente sacrificado eu concordo que o núcleo de proteção aos animais tomem as devidas providencias e puna os responsáveis pela crueldade. |
Amigos,cinseramente,preferiria nem comentar.Comento sobre forma de protesto,pois não e a primeira vez que esse senhor comete gafes comentando sobre coisas q ele não conhece,se sentindo muinto autodidata.
ResponderExcluirSou esposa do Babalorixá Rogério Crepaldi e filha de Nação Jêje-Ijexá.! Com todas as leis absolutamente a nosso favor, ainda tem pessoas como o(a) representante do Núcleo Bageense de Proteção aos Animais que tem coragem de registrar BO na polícia (sobre uma coisa que não testemunhou) dizendo que tinham torturado um cabrito cortando as patas do animal ainda vivo. A pessoa do NBPA ainda disse que tinha sangue na frente da casa (não sei de quem porque a obrigação foi feita dento de casa e na frente do quarto de santo). Talvez essa pessoa tente se defender de iminente processo dizendo que é paranoica e que estava tendo alucinações naquele momento. Só consigo imaginar isso como justificativa de registro na polícia sobre tamanha mentira. As pessoas esquecem que todos, sem levar em conta credos ou cores, somos cidadãos que devemos nos submeter e respeitar as leis. No caso em questão, o crime cometido pelas pessoas que estão falando calúnias e desrespeitando os irmãos de Nação chama-se CRIME CONTRA SENTIMENTO RELIGIOSO.
ResponderExcluirGostaria de retificar o início de meu post anterior. Sou esposa do Babalorixá Rogério D'Oxalá e filha de religião de Pai Milton de Odé da Nacão Jêje-Ijexá.
ResponderExcluirO SACRIFÍCIO DE ANIMAIS NOS RITUAIS AFRO-BRASILEIROS
ResponderExcluirNão estaríamos sendo um pouco hipócritas quando nos opomos ao sacrifício de animais aos Orixás? Duas respostas podem ser dadas à esta pergunta. Primeiro: se condenamos o sacrifício de animais deveríamos ser vegetarianos. Segundo: se não somos vegetarianos e sim carnívoros, pois nos alimentamos da carne de animais mortos que são vendidas em supermercados, açougues e peixarias, então somos hipócritas. O motivo é simples e pode ser respondido com outras perguntas: Há diferença entre a carne de um animal sacrificado no terreiro e a de um outro sacrificado em um abatedouro? Creio que não. A carne de um animal abatido em um terreiro tem por finalidade cumprir uma obrigação ritualística e alimentícia, e possui as mesmas propriedades nutritivas que a carne de um animal abatido no abatedouro.
Quanto a finalidade do abatimento do animal em um terreiro de culto afro-brasileiro e o abatimento de um animal em um matadouro, há diferença? Há sim, e muita. Quando um animal é abatido em um matadouro de uma indústria alimentícia ele servirá apenas para alimentar pessoas. A morte desse animal será vista de duas formas:
a) Para o dono do abatedouro, ele animal é visto, apenas, como um bem de consumo e capital, cuja carne será revertida em dinheiro para enriquecê-lo.
b) Para as pessoas que comerão a carne do animal abatido ele é considerado apenas como fonte de proteínas necessária a vida dos seres humanos, que se não obtê-la morrerão de inanição.
Em nenhum dos dois casos pensou-se no direito à vida que aquele animal que foi morto tinha. E alguém condena esse ato? Alguém acha isso inumano? Não! Ninguém acha isso errado, a não ser os vegetarianos que por convicção humanitária não vêem necessária à sua sobrevivência a morte de um animal, pois para eles a carne animal é dispensável.
Nos terreiros afro-brasileiros há a prática de sacrifício de animais, sim. Não vamos ser hipócritas em negar ou mascarar esse fato. Entretanto, esse sacrifício pode explicado. Os animais são mortos para se cumprir um ritual e alimentar as pessoas que lá estão participando desse ritual religioso. Qual a diferença de comer da carne de um animal abatido em frigoríficos ou abatido no quintal de sua casa? O sabor da carne é o mesmo, não é mesmo? Se você quiser comer a carne de um animal preparada a molho-pardo, como todo cozinheiro sabe, você irá necessitar do sangue do animal para preparar o molho. Você compra sangue de animal em supermercados? Se você não consegue comprá-lo em supermercados você terá que abater o animal em sua casa, para além de aproveitar a sua carne também aproveitar o sangue para o molho.
Qual o significado da palavra "Sacrifício"? Segundo o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa - MEC, 11ª ed., 15ª tiragem, " "Sacrifício" significa oferta solene à divindade, em vítimas ou donativos; imolação de vítima em holocausto; a morte de Cristo; a missa; privação de coisa apreciada; renúncia em favor de outrem; abnegação ". Na Bíblia está escrito que animais deveriam ser sacrificados para aplacar a ira ou agradar a Deus. Lá está escrito que Jeová, o Senhor Deus dos hebreus, solicitou que Abraão sacrificasse o seu próprio filho em holocausto, sendo que no momento exato da imolação Deus disse a Abraão para sacrificar um cordeiro, que foi concedido pelo próprio Jeová. Era costume dos africanos oferecer às suas divindades parte de suas caças em agradecimento as benesses concedidas por eles. Esse costume veio paro o Brasil. Então, por que criticar maldosamente os cultos afro-brasileiros por causa dos sacrifícios de animais realiza
Então, por que criticar maldosamente os cultos afro-brasileiros por causa dos sacrifícios de animais realizados em seus terreiros quando a intenção é agradar a divindade e alimentar pessoas. Lá nada é desperdiçado, tudo é aproveitado. Para ter-se razão em criticar o sacrifício de animais nos cultos afro-brasileiros ter-se-ia que ser vegetariano por convicção e não por modismos. Não se deveria comer nenhum tipo de carne. Nem mesmo peixe. Ou será que a vida do peixe não é tão importante quanto a vida dos mamíferos e aves?!. Ou será que os peixes não têm o mesmo direito a vida que têm os outros animais, inclusive o animal chamado homosapiens.
ResponderExcluirNão desejo fazer apologia ao sacrifício de animais nos terreiros afro; pelo contrário, acho que deveríamos evitar o sacrifício de animais sempre que possível, substituindo-o por outras práticas alternativas, como por exemplo a oferta de frutas, comidas com base em vegetais, que em algumas ocasiões é possível. Deveríamos mantê-lo apenas naqueles rituais em que ele é extremamente necessário e imprescindível, onde realmente não há a possibilidade de ser substituído, e que os bons babalorixás e iyalorixás bem os conhecem. Substituí-lo é possível com o tempo, mas impossível de uma hora para outra; da mesma forma que é impossível mudar os hábitos carnívoros que acompanham o ser humano desde a sua evolução, e que também vem mudando, mas ao longo do tempo. Há barbárie que existe nos sacrifícios de animais nos terreiros afro-brasileiros é a mesma barbárie que há no ato de se alimentar dos seres humanos.